Conselhos errados que as pessoas dão: Diga não às drogas!
Calma, não é o que você está pensando.
Este post não vai fazer apologia às drogas ou algo do tipo. MAS vai
afirmar que dizeres como “diga não às drogas”, “drogas fazem mal” ou
aquelas imagens horrendas nas embalagens de cigarro (que mostram
gangrena e coisas do tipo) talvez não funcionem – pelo menos para
pessoas com propensão à dependência química. Ou seja, o problema não
está no que o conselho diz, mas em como ele faz isso.
Foi o que descobriu um estudo das Universidades de Indiana e de Wayne
State, nos Estados Unidos. Segundo os pesquisadores, mensagens desse
tipo (destacando consequências ou palavras negativas), embora sejam
amplamente usadas, não têm o mesmo impacto no cérebro de dependentes
químicos quanto uma mensagem positiva e, portanto, seriam ineficientes
para tentar fazer as pessoas desistirem de consumir drogas (lícitas ou
não).
O estudo
Usando imagens obtidas com ressonância magnética funcional, os
pesquisadores examinaram o impacto de diferentes mensagens sobre o
cérebro de dependentes químicos e comparou-os com os efeitos sobre
não-dependentes.
Enquanto isso, os participantes participaram um jogo virtual que
envolve tomada de decisões, chamado Iowa Gambling Task. Quatro baralhos
de cartas apareciam em uma tela, e os participantes foram informados ou
de que iriam ganhar ou perder dinheiro escolhendo certos baralhos.
O resultado
Quando recebiam mensagens negativas (dizendo que a escolha de certas cartas levaria a perdas), o grupo de dependentes químicos mostrou atividade cerebral menor nas áreas que avaliam o risco.
Uma região específica envolvida aí, o córtex cingulado anterior, também
está fortemente envolvida numa variedade de desordens clínicas, como o
abuso de drogas, o TDAH, autismo, esquizofrenia e transtorno
obsessivo-compulsivo.
Além disso, as mensagens negativas provocaram reações
significativamente piores e mais arriscadas no grupo dos viciados. O
resultado sugere que eles processam as mensagens de forma diferente – especialmente as que enfatizam a perda ou redução das perspectivas de ganho.
Mas, para o autor principal do estudo, o professor Joshua Brown,
ainda é cedo para saber se mensagens positivas (destacando os benefícios
de se permanecer limpo, por exemplo) são mais eficazes para reduzir o
uso de drogas porque sua experiência envolveu decisões sobre o dinheiro.
Ele e sua equipe estão trabalhando para descobrir isso.
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