Cientistas podem ter encontrado partículas interestelares raríssimas no espaço
A distância entre uma estrela e outra pode ser muito, muito grande.
Esse vazio enorme, na verdade, não é bem vazio. As partículas que estão
lá, soltas no vácuo, ajudam a entender melhor como o Universo foi
formado. O conjunto dessas partículas tem um nome que talvez você
recoheça: poeira interestelar. A NASA anunciou que, pela primeira vez,
uma pequena amostra desse material espacial foi coletado e está sendo
estudado por cientistas.
“Esses são os objetos mais desafiadores que nós já estudamos no
laboratório, e é incrível que tenhamos feito tanto progresso na
análise”, disse Michael Zolensky, que faz parte de uma equipe de
cientistas da NASA. O motivo de tanto orgulho são sete partículas
interestelares que chegaram à Terra em 2006. Só agora, mais de 8 anos
depois, alguns detalhes do material colhido no espaço foram revelados
num artigo do jornal Science.
As partículas interestelares vieram no coletor de alumínio da sonda
espacial Stardust. Ela foi lançada em 1999 e viajou por quase 5 bilhões
de quilômetros Universo afora durante sete anos. Ao que tudo indica, foi
em 2004, ao cruzar com um cometa, que a sonda captou o material. Mesmo
depois de anos de estudos, ainda é preciso muita pesquisa para ter
certeza de que as partículas são mesmo vindas do espaço interestelar.
Mas, se forem, será um grande passo da ciência.
As partículas são minúsculas, medem milésimos de milímetros, mas
estão cheias de informações sobre o Universo. De acordo com as primeiras
conclusões dos cientistas, as partículas vieram de fora do Sistema
Solar, talvez criadas em uma explosão de supernova milhões de anos
atrás. As amostras maiores são “fofinhas”, como uma espuma. Sua
composição química e sua estrutura são bem mais complexas do que os
cientistas imaginaram quando analisaram o material pela primeira vez. O
tempo que elas passaram flutuando pelo espaço antes e depois da coleta
certamente as alterou.
Três das partículas contém enxofre, algo que os cientistas acham que
não seja fácil de encontrar no espaço interestelar. Outras duas podem
trazer resquícios de oxigênio, o que é um indício de que foram
produzidas por estrelas em estágios mais evoluídos que o Sol.
Via Nasa
Imagens: Andrew Westphal, Universidade de Berkeley
No related posts.
Comentários
Postar um comentário