Negros não são descendentes de escravos


Você já viu algum judeu dizer que, ele judeu, é descendente de escravos dos egípcios? É óbvio que não. Agora, você já viu algum brasileiro dizer que os negros são descendentes de escravos? Sim. Todos dizem isso. Necessário se faz desmascarar essa nefasta afirmação de que os negros brasileiros e americanos são descendentes de escravos. Trata-se de jogo de palavras, para dessocializar os descendentes dos negros africanos, via repetida lavagem cerebral, neles e nos integrantes das outras raças, para retirar-lhes o direito básico de todo ser humano: a capacidade de ser livre, feliz e próspero.
Pois bem, então façamos a comparação e se pergunte pelo motivo da diferença. Os judeus foram utilizados como escravos no Egito por 430 anos. Sem contar outros 70 anos de confinamento na Babilônia. Só que os judeus se identificam como pessoas originárias de um povo livre, anterior à escravidão.
Tal referência foi extraída dos afrodescendentes nas Américas. Por isso, nós brasileiros, aceitamos com naturalidade a tradição de limitar a identidade dos negros como descendentes de escravos. Ninguém se preocupa com a evidência, também óbvia, de que eles eram originalmente livres na África. A preferência é estigmatizá-los como descendentes de escravos. Este é um reducionismo ideológico contra o humanismo.
Todo o pensamento que podemos ter sobre afrodescendentes ficou limitado à fronteira do navio negreiro para cá. Época da humilhação e da miséria. Ninguém fala do antes.
Trata-se de uma imposição cultural para inviabilizar a possibilidade de pensar o negro original como livre, independente, guerreiro, em estado de natureza, ou, principalmente, com civilização própria e sustentável.
À cultura comum tornou-se inviável pensar a civilização de Cartago, com Aníbal, ou qualquer dinastia egípcia negra. No que devem ser incluídos os guerreiros muçulmanos do século VII, negros conquistadores.
Daí a pergunta: dá para perceber nisso a intenção de apagar a ancestralidade guerreira dos negros? Cartago, muçulmanos, guerreiros? Nem pensar.
Por isso tudo foi eliminada a possibilidade de compreender a negritude como originária de pessoas livres que, em determinado momento, foram utilizadas como escravos.
​A escravidão no Brasil durou 300 anos. Tempo bem menor que os 500 anos dos judeus no Egito. Então, porque os judeus não se dizem descendentes de escravos enquanto nossa cultura repisa o estigma ao testemunhar que negros americanos são descendentes de escravos? Para quem entende o termo, isto é pura ideologia, é mentira em forma de verdade aparente.
A quem se apressar a refutar a comparação entre uma escravidão e outra, cabe ressaltar que, apesar da distância no tempo, sabemos muito mais sobre a escravidão dos judeus do que da escravidão no Brasil. Não obstante a primeira datar de 3500 anos e a nossa de 125 anos.
Sim, somos todos livres em razão do direito natural. Sejamos negros, brancos, amarelos ou vermelhos. Gays, hetero, religiosos ou ateístas. Eu e você. Somos todos livres. Impor condições à raça, querendo ligá-la umbilicalmente à escravidão, somente se assemelha aos preceitos de lavagem cerebral aplicados pelos nazistas, que seguiam à risca os ensinamentos do Dr, Goebbels, o ministro da propaganda de Hitler que afirmava: "minta, minta e minta de novo, pois logo sua mentira se tornará verdade".
O que você acha disso? Entre em contato, terei prazer em lhe responder e comentar sua opinião. Seria imaginação de um escritor, teoria da conspiração ou existe mesmo alguma verdade por trás dessa insidiosa máquina de mentira social?
Pense nisso!
Sou J.Marins, escritor, jornalista, sociólogo, juiz federal do trabalho e cofundador do MovLiber, fazendo o possível para abrir as mentes e os olhos.
FONTES: Biblioteca Makota Valdina, Revista Super Interessante e Galileu

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