Após volta olímpica e homenagens, Ceni vibra: "foi como imaginei"
Além dos minutos de jogo parado assim que saiu seu centésimo gol na carreira, Rogério Ceni fez questão de dar uma volta olímpica no gramado da Arena Barueri ao final da vitória sobre o Corinthians. Mais tarde, o goleiro-artilheiro ainda foi homenageado pela diretoria do clube - recebeu um kit com uma réplica da camisa que usava quando marcou o primeiro gol e a camisa utilizada neste domingo - e concedeu entrevista emocionado, com os olhos vermelhos.Confira os principais trechos da entrevista:
Sentimento após o gol
Quando o juiz deu a falta, fui com muita convicção, muito concentrado para a cobrança. Foi do jeito que eu imaginei. Começou em 1997, em uma bola do mesmo lado, na mesma posição praticamente. Foi mais especial por isso, e eu queria que fosse de falta. Mais um fato é a importância do jogo, um clássico paulista, contra uma grande equipe, que tem grandes profisisonais, um bom público. Não poderia ter sido de maneira melhor.
Perto do choro
Logicamente fico emocionado. Fiquei muito feliz no meu primeiro gol e tenho que ficar muito feliz hoje. Gostaria que minha mãe estivesse vendo o jogo, pessoas que eu gostaria que estivessem aqui. Em contrapartida, a gente faz alegria de muita gente através do esporte. Tinha umas 27 mensagens no meu celular, de amigos, de gente que esteve junto durante essa caminhada toda. Fazer a felicidade dos outros é algo marcante, enobrece muito o dia de cada um.
Emoção parecida com o gol mil do Pelé?
Pelé é Pelé. Eu sou melhor do que o Pelé, no gol. Para mim, foi muito emocionante. Acho que a única coisa parecida que existe é essa fidelidade minha com o São Paulo, como era a do Pelé com o Santos. Mas ele foi o maior jogador do mundo, de linha. Não há comparação.
Primeiras cobranças de falta
Eu sempre chegava meia hora mais cedo, a pedido do Telê (Santana), e tomei iniciativa (de cobrar faltas) meio que por conta própria. Mas tem muita gente que foi importante nessa história. O Rojas foi um grande apoiador, o Muricy Ramalho, que teve a personalidade de me autorizar a efetuar a primeira cobrança da carreira, mesmo sabendo que eu treinava diariamente. Agradeço a todos os profissionais que trabalharam comigo, meus técnicos. Criou-se um vínculo de amizade com todos eses caras. Ficaria aqui falando nomes até cansar.
Julio Cesar como vítima
É um menino que vi crescer no futebol. Lembro dele entrando e saindo do time do Corinthians, enquanto outros goleiros eram contratados. Fico muito feliz de ele ter conseguido essa afirmação. Valoriza minha marca ter feito o gol em um goleiro com a capacidade dele. Ele também foi para a área no final do jogo, tentar um gol de cabeça. Então temos que ter sempre respeito ao próximo. A festa fica para os torcedores, mas tem que ter respeito grande de um atleta para o outro.
Faltou um gol pela seleção brasileira?
Bati uma única falta pela seleção, em um amistoso contra a Colômbia, felizmente com Rivaldo ao meu lado. O zagueiro tirou a bola em cima da linha. Lembro de outra vez que tive vontade de bater, na Copa, entrei faltando dez minutos, mas ninguém caiu perto da área, senão eu atravessaria a área. O São Paulo é a minha seleção. Minha participação na seleção foi bacana, lógico que não tão marcante como no São Paulo, que é minha casa. Lá foi um ponto de encontro.
Maior jogador na história do São Paulo?
A história é muito complexa, temos gerações e gerações. Como é que eu poderia me comparar com Raí, Pedro Rocha, Leônidas? Tantos jogadores que passaram pela história do São Paulo. Mas tenho certeza que, dentro da história que me propus a escrever, provavelmente ficarei na memória de muita gente. Cada um marca sua época, cada um escreve sua história.
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