Chifres em números: Rio Vermelho tem mais infiéis; na Barra, maioria já levou um chifre
Topa fazer um acordo de sinceridade? Topa? Então vamos lá: você já traiu? Se a resposta for positiva, você está entre os 42,8% dos moradores de Salvador que admitem ter pulado a cerca. Ah, quer dizer que você nunca deu um virote sequer? Parabéns, isto é o que garante 56,7% da população da capital baiana.
Estes números foram apontados na pesquisa sobre Traição e Homofobia realizada entre 30 de agosto e 3 de setembro pelo instituto Futura, parceiro do CORREIO.
No levantamento feito com 601 pessoas, chama a atenção que enquanto 56,7% dos entrevistados asseguram a fidelidade inabalável, 57,2% dizem que já foram traídos. Ou seja, temos mais chifrudos que “chifrantes”, o que já provoca, no mínimo, uma pontiaguda curiosidade.
Vizinhança perigosa
Se você mora com seu parceiro ou parceira no Rio Vermelho ou, mais perigoso, se vocês não moram juntos e a pessoa amada vive no bairro, é bom saber em que bar ela anda.
Foi no reduto da boemia de Salvador que a pesquisa registrou o maior índice de sinceridade: 55,6% dos moradores afirmam que já traíram.
A Liberdade vem em segundo, com 49%, seguido de perto pelo Cabula (48,6%). Para os que pretendem manter o juramento de ser fiel até a morte, a dica é arranjar um cantinho na Boca do Rio, onde 68% dos entrevistados atestam que jamais deram um “ninja”.
Por outro lado, a região da Barra abriga o maior índice de cornos com conhecimento de causa. Ali, 78,9% das pessoas afirmaram já terem sido traídas. Depois vem o Subúrbio (68,4%) e Cajazeiras (66,7). Apesar do tamanho de Brotas e da grande quantidade de pessoas que circula pela área diariamente, quem mora no bairro ainda tem muita fé nos parceiros.
Ao todo, 53,8% dos moradores disseram que nunca levaram “um perdido” - a maior demonstração de autoconfiança da pesquisa.
Dentre todos os recortes para a pergunta “O(A) Sr.(a) já traiu?”, o que mais dá margem à discussão é o de idade. No grupo de 20 a 29 anos, 49,2% disseram que não. O percentual chega a 60,5% no grupo de 40 a 49 anos e oscila para 57,7% na faixa de 50 a 59.
Bons tempos
Mas, entre as pessoas com mais de 60 anos, a negativa salta para 73,6%, o que leva a uma conclusão e um questionamento. A conclusão é que no passado se traía menos. O questionamento é que talvez, para entrevistados de idade avançada, a pergunta deveria ser: “O(A) Sr.(a) lembra se já traiu?”
Na análise por gênero, 60,2% dos homens confessaram o adultério, contra 28,1% das mulheres. Por outro lado, 63,1% das pessoas ouvidas disseram que o “sexo frágil” disfarça melhor a traição. Será que disfarça também na hora de responder uma pesquisa?
Certo é que até entre as entrevistadas reinou a mesma opinião. Um total de 58,4% das mulheres disse que são elas que melhor disfarçam mesmo, dando voz ao dito de que “mulher sabe fazer”. E o homem? “Gosta de aparecer”, dizem.
Perdão Fazendo bem feito ou não, se você “ziguiou” e a casa caiu, não procure a solução no bar. Procure nos números. A pesquisa apontou que 39,6% das pessoas perdoariam uma traição e 16,8% talvez perdoassem. O problema é se quem levou o par de galhos estiver entre os 43,3% que descartam a segunda chance.
Num caso ou no outro, lembre da margem de erro de 4% para mais ou para menos e se apegue à sabedoria popular. “Não me conte e não me exponha”, disse outro dia a atriz Deborah Evelyn, o que nos conduz a outro sábio fundamento que emana do povo: “O problema não é ser corno. O problema é a chacota”.
Então, fica a lição de que ninguém precisa se injuriar muito com um chifre qualquer. Afinal de contas - com o perdão da piada infame, isso não passa de uma coisa que botaram na sua cabeça.
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