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Em entrevista coletiva conjunta com o presidente da Coreia do Sul, Lee Myung-bak, com quem participou hoje em Seul de uma reunião prévia à II Cúpula sobre Segurança Nuclear - que começará amanhã na capital sul-coreana -, Obama disse que o lançamento representaria "uma violação direta aos próprios compromissos (da Coreia do Norte)", e que o regime comunista "não vai conseguir nada com ameaças ou provocações".
O presidente americano declarou ainda que atualmente, após a morte de Kim Jong-il e sua substituição por parte de seu filho Kim Jong-un, "não está claro" quem controla o poder na Coreia do Norte.
Obama indicou que se a Coreia do Norte decidir lançar o satélite por meio de um foguete de longo alcance, os Estados Unidos "difícilmente" vão enviar a ajuda alimentícia firmada em um acordo bilateral no mês passado.
Segundo este acordo, a Coreia do Norte se compromete a abandonar seus testes nucleares e os lançamentos de foguetes de longo alcance em troca do recebimento de 240 mil toneladas de alimentos.
Washington e Seul alegam que o lançamento representaria uma violação não só desse acordo, mas também dos compromissos internacionais da Coreia do Norte, que quer lançar o foguete para comemorar o centenário de nascimento do ex-líder Kim Il-sung.
"Nós indicamos claramente que consideraríamos difícil seguir adiante com o acordo" de assistência alimentícia se a Coreia do Norte lançar o míssil. É difícil fornecer ajuda se uma das partes não acredita que ela chegará às pessoas que precisam dela", afirmou o presidente americano.
Obama também lembrou que, em outras ocasiões, medidas similares por parte da Coreia do Norte mereceram um maior isolamento e o endurecimento das sanções internacionais.
"Suspeito que nesta ocasião o mesmo pode acontecer", disse.
Segundo Obama, o lançamento "aprofundaria o isolamento da Coreia do Norte, danificaria ainda mais suas relações com seus vizinhos e prejudicaria qualquer possibilidade de negociações".
"A Coreia do Norte não vai conseguir nada com ameaças ou provocações", insistiu.
Por sua vez, Lee ressaltou que o lançamento significaria uma "provocação" que "aumentaria o isolamento da Coreia do Norte" e evidenciaria à população desse país "a verdadeira natureza de seus líderes".
Embora o regime de Pyongyang não participe da cúpula de amanhã e que seu programa nuclear não esteja na agenda oficial, a questão norte-coreana é uma das grandes prioridades para Obama no encontro internacional.
Obama deverá se reunir amanhã com o presidente russo em fim de mandato, Dmitri Medvedev, e sobretudo com o chefe de Estado chinês, Hu Jintao, para tratar sobre a Coreia do Norte. A China é o principal aliado do regime norte-coreano, e Obama quer pressionar Hu para que faça Pyongyang desistir de suas intenções.
Segundo o presidente, "a China é muito sincera quando diz que não quer ver uma Coreia do Norte com armas nucleares, mas tem que admitir essa intenção de maneira sustentada".
Em um claro sinal ao regime norte-coreano, Obama foi neste domingo à zona desmilitarizada entre as duas Coreias pela primeira vez em seu mandato.
Obama cumprimentou pessoalmente alguns soldados americanos que atuam na zona desmilitarizada, aos quais disse que estão "na fronteira da liberdade".
"O contraste entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte não pode ser mais abrupto, não pode ser mais claro", afirmou o líder, que se aproximou do posto de observação Ouelette, a apenas cem metros de solo norte-coreano, para observar o território do país vizinho.
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