Bahia sem Governo: com Educação em greve há 70 dias, Jaques Wagner é recebido com vaias por professores grevistas

Wagner pediu a compreensão dos professores e disse que os alunos não podem ser usados como escudo para o movimento da categoria


A solenidade de transferência da sede do Governo da Bahia para Cachoeira, no Recôncavo Baiano, iniciada às 8h30 desta segunda-feira (25), foi marcada por protestos dos professores grevistas da rede estadual de ensino ao governador Jaques Wagner.
Os professores, que consideram Wagner um traidor, vaiaram o político e cantaram músicas de protesto nas ruas da cidade histórica neste 76ª dia de greve. "Governador ordinário não deu o piso e cortou o meu salário, cantava em coro os cerca de 50 manifestantes na cidade histórica de Cachoeira. Eles dizem que o acordo de reajuste salarial firmado com Jaques Wagner não foi cumprido e não aceitam a proposta do petista para retornar as aulas e dar fim à greve.
Em entrevista a jornalistas na cidade, Wagner pediu a compreensão dos professores e disse que os alunos não podem ser usados como escudo para o movimento da categoria. Ele acrescentou que existem "formas mais inteligentes" de se manifestar sem sacrificar os estudantes.
Sede do governo por 24 horas
A mudança de sede do governo estadual está prevista na Lei 10.695/07, aprovada pela Assembleia Legislativa da Bahia e sancionada pelo governador Jaques Wagner, que estabelece que em 25 de junho a sede do governo seja transferida para Cachoeira por 24 horas.
A data lembra o ano de 1822, quando os moradores de Cachoeira iniciaram as lutas pela Independência da Bahia, culminando com a batalha final, em 2 de Julho de 1823, data magna do estado.

Retorno das aulas para o 3º ano
Apesar da normalidade relatada pelo secretário Osvaldo Barreto em relação ao retorno das aulas para os alunos do 3º ano em Salvador, os professores grevistas da rede estadual realizaram uma manifestação na frente das escolas-polo, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB).

A ação, segundo a professora Marilene Beltros, da APLB, tem o objetivo de "conscientizar" alunos e pais dos estudantes sobre o motivo do governo do estado na realização das aulas para os estudantes do 3º ano. De acordo com a sindicalista, o objetivo de Jaques Wagner é desmobilizar o movimento e forçar a retomada das aulas pelos grevistas. "As escolas e os professores estão completamente despreparados para as aulas que começaram hoje", criticou Marilene.

A expectativa é que os 22 mil alunos do 3º ano do ensino médio da rede estadual em Salvador voltem às aulas. Para isso foram convocados 1,2 mil professores em estágio probatório e do Regime Especial de Direito Administrativo (Reda).

Comentários

Postagens mais visitadas