Com um vice sem expressão e candidato a prefeito, Mário Kertész garante: "Vou fazer cumprir as leis"
Radialista diz estar triste e feliz ao mesmo tempo com candidatura
O radialista Mário Kertész (PMDB) diz estar triste e
feliz ao mesmo tempo. Arranjando um vice sem nenhuma expressão, supostamente líder estudantil, Mario afirma, que veio após deixar
os microfones da Metrópole, rádio da qual é estrela e dono. O segundo,
conta, é fruto do retorno à política, atividade que deixou em 1992,
naufragado pela baixa popularidade. Coisa que ele atribui a uma campanha
“cruel” da mídia e de inimigos. Antes de ter o nome confirmado ontem na
convenção peemedebista, o ex-prefeito de Salvador por duas vezes - em
1982, como indicado do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, e em 1985,
eleito com 67% dos votos -, disse que quer voltar ao poder não para se
projetar politicamente, mas para dar um choque de ordem na cidade.
Por onde vai começar a campanha?
Até que o programa eleitoral comece, em 15 de agosto, vamos trabalhar muitos nas ruas, em dois fronts: primeiro, junto à equipe que está montada, definindo o programa de governo, e trabalhar com nossos candidatos a vereador, com lideranças ligadas a gente, para ir rua por rua, o máximo possível. Conversar, debater, pedir voto, mostrar quem sou e o que quero fazer. Visitar velhos amigos, de lugares em que trabalhei muito. Não quero uma campanha convencional, aquela em que o marqueteiro faz um clipe bonito, emocional... Interessa fazer propostas sérias, dizer que não estou reabrindo minha carreira política, estou me candidatando a administrar a cidade durante quatro anos.
O discurso de que não quer carreira política, de certa forma é apropriado para deixar a impressão de que o senhor não quer disputar espaço, de que não teria temor em tomar medidas impopulares. É um raciocínio errado?
Não, está certo, mas significa dizer o seguinte: a cidade está tão caoticamente desorganizada, que ela precisa de um prefeito com condições e coragem de enfrentar resistências para por ordem na casa. Se você ganha uma prefeitura e senta lá pensando no próximo passo político, você vai tentar conciliar, não brigar com fulano, não contrariar interesse.
Mas existe a necessidade de compor para governar, porque o Legislativo é independente. Não é preciso atender interesses para ter maioria na aprovação de projetos?
Sim, mas com serviços e obras, com trabalho.
Por onde vai começar a campanha?
Até que o programa eleitoral comece, em 15 de agosto, vamos trabalhar muitos nas ruas, em dois fronts: primeiro, junto à equipe que está montada, definindo o programa de governo, e trabalhar com nossos candidatos a vereador, com lideranças ligadas a gente, para ir rua por rua, o máximo possível. Conversar, debater, pedir voto, mostrar quem sou e o que quero fazer. Visitar velhos amigos, de lugares em que trabalhei muito. Não quero uma campanha convencional, aquela em que o marqueteiro faz um clipe bonito, emocional... Interessa fazer propostas sérias, dizer que não estou reabrindo minha carreira política, estou me candidatando a administrar a cidade durante quatro anos.
O discurso de que não quer carreira política, de certa forma é apropriado para deixar a impressão de que o senhor não quer disputar espaço, de que não teria temor em tomar medidas impopulares. É um raciocínio errado?
Não, está certo, mas significa dizer o seguinte: a cidade está tão caoticamente desorganizada, que ela precisa de um prefeito com condições e coragem de enfrentar resistências para por ordem na casa. Se você ganha uma prefeitura e senta lá pensando no próximo passo político, você vai tentar conciliar, não brigar com fulano, não contrariar interesse.
Mas existe a necessidade de compor para governar, porque o Legislativo é independente. Não é preciso atender interesses para ter maioria na aprovação de projetos?
Sim, mas com serviços e obras, com trabalho.
Ao lado do candidato a vice, Nestor Neto, Kertész participa de convenção de PMDB e garante implantar medidas de choque de ordem na cidade
Só isso será suficiente?
Claro, já fui prefeito duas vezes. Conheço a Câmara e sei como ela trabalha.
Em um momento político diferente...
Quando fui prefeito eleito não foi um momento diferente, foi em plena democracia. Era a primeira eleição democrática depois do golpe (militar). É claro que terei resistência. Mas, se não penso em fazer da prefeitura um trampolim, terei muito mais condição de enfrentar resistências.
Caso o senhor seja eleito, qual será o primeiro problema de Salvador a ser atacado?
Eu começo dando uma ordem para todos que vão trabalhar comigo, simples e direta: cumpra-se as leis. Se temos lei de carga e descarga, de estacionamento, de funcionamento dos postos de saúde e das escolas, vamos cumprir. Isso enquanto a gente prepara os projetos de longo prazo para transformar Salvador em uma cidade, e não num amontoado de favelas. Hoje, isso aqui virou uma casa de tolerância.
E sobre projetos a longo prazo, quais seriam os principais?
Mobilidade urbana. Levar o metrô para Cajazeiras é um projeto fantástico, fundamental. Fazer um sistema que idealizei na minha primeira gestão, e quase consegui na segunda, que é o do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), chegando na área central, para a gente dar vida para essa região. Além disso, saúde e educação. São essas as três coisas que eu tenho verdadeira obsessão. Em função disso, você prepara a cidade para uma atividade econômica. A de Salvador é o turismo, não tem outra coisa. Mas não dá para ter turismo se não tem segurança, se a cidade não está conservada e limpa, se há atividade cultural, que aqui a gente sempre teve, mas, agora, só tem Carnaval, uma vez por ano. Vem muito turista para a Bahia, mas para Salvador não. O turista chega no aeroporto e vai para a direita, para o Litoral Norte. Salvador precisa de luz. Está apagada, perdeu a força.
No caso de não chegar ao segundo turno, excluiria aliança com o DEM, devido às suas ligações atuais com o PT?
Sabe que eu tenho refletido muito sobre esse assunto? Fico pensando mesmo é qual dos dois vai me apoiar (risos).
PMDB destaca projeto para 2014
Rafael Rodrigues
Mesmo com o discurso do candidato do PMDB, Mário
Kertész, de que não pensa na prefeitura de Salvador como “trampolim”
para um projeto político, os caciques nacionais de seu partido deixaram
claro os planos da legenda para o estado, ontem durante a convenção que
oficializou o nome do radialista para sucessão municipal.
“Geddel (Vieira Lima, vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa), você perdeu a barriga, está mais elegante, mas sua eleição passa pela de Mário Kertész a prefeito de Salvador”, sinalizou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, em uma referência à sucessão do governador Jaques Wagner (PT), em 2014. O próprio candidato também tratou da candidatura de Geddel. “Esse é o meu candidato a governador em 2014 (Geddel), e eu garanto que não sou traíra, como o outro”, disse Kertész, em referência ao prefeito João Henrique (PP), que em 2010 era do PMDB, mas não subiu no palanque de Geddel.
“Geddel (Vieira Lima, vice-presidente de pessoa jurídica da Caixa), você perdeu a barriga, está mais elegante, mas sua eleição passa pela de Mário Kertész a prefeito de Salvador”, sinalizou o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves, em uma referência à sucessão do governador Jaques Wagner (PT), em 2014. O próprio candidato também tratou da candidatura de Geddel. “Esse é o meu candidato a governador em 2014 (Geddel), e eu garanto que não sou traíra, como o outro”, disse Kertész, em referência ao prefeito João Henrique (PP), que em 2010 era do PMDB, mas não subiu no palanque de Geddel.
O vice na chapa de Kertész, o líder comunitário
Nestor Neto, e o senador Roberto Requião (PR) também falaram sobre os
planos de Geddel para a próxima eleição. “Não é o carlismo, nem o
petismo. É o velho PMDB de guerra que tem de conduzir o processo
político em Salvador e na Bahia", afirmou o político paranaense.
Coligações
Na convenção, realizada no Bahia Café Hall, na Paralela, foi confirmada a chapa majoritária com o slogan Salvador Tem Jeito, que não formou coligação. Foi esse isolamento do partido o ponto de encontro dos discursos. Para contrapor a falta de aliados, Geddel foi o primeiro a condenar as alianças políticas. Usou como exemplo o acordo firmado entre o ex-presidente Lula e o deputado federal Paulo Maluf em São Paulo. “É gente que não deveria estar abraçando gente, são fotos incomodando, é cobra abraçando jacaré”, ironizou. O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), seguiu a mesma trilha.
“Inauguramos aqui um novo modelo de fim de coligações, que com essa quantidade de partidos estão muito prostituídas”, disse. O mesmo tema permeou as declarações dos ministros Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e Garibaldi Alves, dos deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Eliseu Padilha (RS). “Nossos candidatos a vereador vão ter que desdobrar nas ruas da cidade, porque não temos muitos candidatos”, ponderou Padilha.
Meio termo
Ao fazer um histórico de sua carreira política, Kertész rememorou ter iniciado na política pelas mãos do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, como secretário estadual de Planejamento, mas exaltou também ter uma relação de amizade com o ex-presidente Lula e o governador Jaques Wagner. “Sou o único candidato que pode lhes dar o melhor do PT, sem que o outro lado vire a cara pra mim, e lhes dar o melhor do carlismo, sem que o ódio, o rancor, a revanche e o ressentimento se instalem entre nós de novo”, afirmou. Em seu pronunciamento, porém, não faltaram ataques a João Henrique, que “hoje está trabalhando como o Pateta na Disneylândia”, provocou.
Coligações
Na convenção, realizada no Bahia Café Hall, na Paralela, foi confirmada a chapa majoritária com o slogan Salvador Tem Jeito, que não formou coligação. Foi esse isolamento do partido o ponto de encontro dos discursos. Para contrapor a falta de aliados, Geddel foi o primeiro a condenar as alianças políticas. Usou como exemplo o acordo firmado entre o ex-presidente Lula e o deputado federal Paulo Maluf em São Paulo. “É gente que não deveria estar abraçando gente, são fotos incomodando, é cobra abraçando jacaré”, ironizou. O presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), seguiu a mesma trilha.
“Inauguramos aqui um novo modelo de fim de coligações, que com essa quantidade de partidos estão muito prostituídas”, disse. O mesmo tema permeou as declarações dos ministros Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) e Garibaldi Alves, dos deputados federais Eduardo Cunha (RJ) e Eliseu Padilha (RS). “Nossos candidatos a vereador vão ter que desdobrar nas ruas da cidade, porque não temos muitos candidatos”, ponderou Padilha.
Meio termo
Ao fazer um histórico de sua carreira política, Kertész rememorou ter iniciado na política pelas mãos do ex-senador Antonio Carlos Magalhães, como secretário estadual de Planejamento, mas exaltou também ter uma relação de amizade com o ex-presidente Lula e o governador Jaques Wagner. “Sou o único candidato que pode lhes dar o melhor do PT, sem que o outro lado vire a cara pra mim, e lhes dar o melhor do carlismo, sem que o ódio, o rancor, a revanche e o ressentimento se instalem entre nós de novo”, afirmou. Em seu pronunciamento, porém, não faltaram ataques a João Henrique, que “hoje está trabalhando como o Pateta na Disneylândia”, provocou.
O candidato a vice Nestor Neto direcionou suas
críticas ao governador Wagner, que sofre desgastes com a crise dos
professores da rede estadual há quase três meses. “Ele se elegeu sobre o
arco dos movimentos sociais, mas na greve da polícia foi ditador, e
agora, para o que mais nos é importante, a educação, virou as costas”,
alfinetou. Em uma volta ao passado, Neto rememorou o período em que era
líder estudantil e vivia com dificuldades financeiras. “Ninguém venha me
dizer o que é acordar e não poder ir para a escola por não ter o
transporte, porque eu já passei por isso”, afirmou o peemedebista.
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