A presidência do Egito avalia trocar a data do início das eleições
parlamentares após cristãos coptas terem reclamado que ela coincidirá
com um feriado religioso, informou a televisão estatal do país neste
sábado.
O presidente islamita do país, Mohammed Morsi, havia emitido um
decreto na quinta-feira definindo que a eleição de quatro turnos
começasse em 27 e 28 de abril, dias em que os cristãos comemoram o
Sábado de Lázaro e o Domingo de Ramos. O restante da semana, antes da
Páscoa, em 5 de maio, é marcada como uma semana sagrada. A Igreja
Ortodoxa Copta é a igreja cristã nacional do Egito.
Muitos coptas acreditam que Morsi e seus aliados islamitas querem
excluir a minoria em meio a rumores persistentes e constantemente
negados pelas autoridades eleitorais de que eles foram barrados em
alguns locais de votação nas últimas eleições. O bispo Morcos, figura
sênior da Igreja Copta, afirmou que a realização das eleições em um
feriado cristão "afetaria o porcentual de votos coptas".
A televisão estatal não deu mais detalhes sobre a possível nova data
da eleição, que substituirá o Parlamento dominado por islamitas e
dissolvido por uma corte antes de Morsi vencer a eleição presidencial em
junho do ano passado. A votação será realizada em quatro etapas e a
Assembleia Nacional deve se reunir em 6 de julho.
Neste sábado, um dos líderes da oposição no Egito, Mohamed ElBaradei,
pressionou por um boicote das eleições parlamentares, mas outros
líderes do seu grupo afirmaram que eles ainda avaliam essa
possibilidade. "Convoquei um boicote das eleições parlamentares em 2010 e
hoje repito meu pedido, pois não farei parte desse ato de farsa",
escreveu ElBaradei em sua conta do Twitter.
Outro líder, o ex-ministro de Relações Exteriores Amr Mussa, afirmou
que muitos membros da oposição estão tendendo a boicotar a eleição, mas
uma decisão final ainda não foi tomada. "Existe um grande grupo que quer
o boicote, mas isso ainda não foi discutido e nenhuma decisão foi
tomada", disse. As informações são da Dow Jones.
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