Mondex para marcar todos: A biometria reinará em 2013. Nova Ordem Mundial em andamento
Sistema
que faz reconhecimento por meio de sinais vitais vai ganhar cada vez
mais espaços na tecnologia de serviços e órgãos públicos
A identificação biométrica, para alguns, a marca da besta, também conhecida por MONDEX (chip inserido na mão do tamanho de um grão de arroz), teve seu início no Brasil por volta de 2006, nos principais centros urbanos do País, em que bancos como Bradesco e Itaú, entre outros, passaram a adotar medidas para garantir mais segurança aos seus clientes. De acordo com Phil Scarfo, vice-presidente mundial de vendas e marketing da Lumidigm, empresa norte-americana que provê sensores biométricos para mercados globais, o uso da identificação digital será ainda maior em 2013, consolidando-se como uma forte tendência no mercado financeiro.
De acordo com a Lumidigm, a grande vantagem da biometria é identificar “quem” está fazendo “o quê” e “onde”. Outros tipos de serviços, como transportes públicos, aplicativos de telefonia móvel ou comércios varejistas prometem adotar sistemas de reconhecimento biométrico para agilizar o processo de organização e possibilitar mais segurança na relação com os consumidores.
Empresas similares à Lumidigm, como a Okiama, disponibilizam sensores biométricos com a tecnologia de imagem multiespectral que oferece uma leitura precisa da impressão digital, nas primeiras tentativas de uso, reconhecendo tanto a camada superficial da pele como uma segunda camada mais profunda, em que os vasos sanguíneos reproduzem o desenho exato da superfície do dedo.
Para o secretário de Tecnologia de Informação do Tribunal Regional Eleitoral de Goiás, Dory Gonzaga Rodrigues, a tendência para os próximos anos é implantar um sistema de identificação por meio de um documento único para os brasileiros. “Até 2018, todos os eleitores estarão conectados em um sistema de coleta de dados a partir do recadastramento biométrico e com isso promover a emissão de um documento único para 100% dos brasileiros”.
O que o secretário do TRE menciona está diretamente relacionado a uma parceria entre a Justiça Eleitoral brasileira e o Instituto Nacional de Identificação (INI), firmada para liberarem a emissão de um documento único para os brasileiros: o RCI (Registro Civil de Identificação), que terá o formato de um cartão de banco e chip codificado com os números do RG, CPF, título de eleitor e outros.
“O software de reconhecimento biométrico, o mesmo usado pela Polícia Federal e licenciado para o TSE, custa aproximadamente R$ 2 mil por máquina. Atualmente, temos um número limitado de máquinas adaptadas, caso contrário teríamos um gasto de mais de R$ 1 bilhão. Nesse contrato, o INI vai disponibilizar a licença do software enquanto a Justiça Eleitoral faz o cadastro dos brasileiros. Quando tudo estiver reunido, os outros documentos poderão ser extinguidos”, explica Dory.
Biometria nas eleições
O recadastramento biométrico em Goiás começou em 2009 no município de Hidrolândia e seguiu para Goiânia (uma das cinco capitais pioneiras no sistema), Corumbá de Goiás e Cocalzinho de Goiás. Essas cidades terão prioridade no recebimento do RIC. A expectativa é que em 10 anos todo o País possa utilizar as urnas biométricas. O saldo do TRE de Goiás, para a confiabilidade do sistema biométrico nas últimas eleições, foi de 93% na primeira tentativa de reconhecimento da digital.
Dory confirma que a tecnologia é praticamente segurança, porém, ainda existem problemas a serem corrigidos e cita que alguns equívocos acabam inviabilizando o sistema apresentado justamente para oferecer segurança na votação. Segundo ele não tem chances de haver falhas no sistema.
“Muitas pessoas ficaram em dúvidas em relação a fraudes. O que pode ocorrer é o mesário liberar a votação de um eleitor que não teve a digital previamente reconhecida, em nome de outro, já que é necessário haver uma interferência humana. Nesses casos, equívocos provocam toda uma confusão. Para corrigir isso, vai ser necessário um sistema de identificação proativo, em um prazo de seis a oito anos, descartando a necessidade de inserir número do título e ficando apenas com as digitais”, afirma o secretário do TRE.
Biometria nos bancos
Para sacar dinheiro num caixa eletrônico basta inserir o cartão do banco e aproximar o dedo do leitor de impressões digitais. Nenhuma senha será mais necessária, nem treinamento, já que o procedimento foi facilitado para todos os níveis de instrução. Os bancos confirmam que a ampliação da tecnologia nos terminais bancários aumenta a segurança dos clientes e a confiabilidade das transações, além de conferir mais agilidade e conveniência.
“O cartão da conta será necessário somente na identificação inicial do cliente. Depois dela, todas as operações são validadas apenas com a biometria, ou seja, a digital do cliente substitui a necessidade de senha”, informa Luiz Veloso, diretor de produtos para pessoa física do Itaú Unibanco.
Embora não divulguem o valor dos investimentos por projetos, segundo a assessoria de imprensa do banco Itaú Unibanco, até o final de 2013, todos os caixas eletrônicos terão leitores biométricos e os clientes já cadastrados já poderão efetuar saques, até determinado valor, sem o uso do cartão da conta.
Luca Cavalcante, diretor de Canais Digitais do Bradesco Dia&Noite, diz que o principal objetivo de implantação do sistema de reconhecimento biométrico foi para agilizar as transações realizadas nos caixas eletrônicos, o que poderia evitar fraudes ou casos de assaltos. “Constamos um ganho de tempo de 50s por transação. A biometria é uma chave de segurança. Assim como as máquinas evoluem, as fraudes também evoluem. Precisamos estar à frente disso”, comenta.
O Bradesco iniciou o processo de adequação dos equipamentos em 2006, no Estado de São Paulo, e se expandiu para as agências do País. De acordo com Luca Cavalcante, 93% das máquinas já possuem biometria e cada agência do país possui pelo menos um equipamento com leitura biométrica. Segundo ele, o valor gasto na aplicação da tecnologia gira em torno de apenas 0,05% do total de investimentos da corporação.
“Depois que se define qual o sistema e aplicativos a serem utilizados, os procedimentos são simples. Até março de 2013, todas as máquinas vão poder ler a palma da mão de nossos clientes. Fizemos um balanço no dia 17 de dezembro e constatamos que R$ 1,8 bilhão em transações bancárias foram feitas por esse procedimento”, ressalta o diretor do Bradesco, que aproveita para dizer que, com o tempo, a biometria será adotada como prova de vida na identificação dos aposentados do INSS e outros meios de previdência social.
O vice-presidente da Lumidigm diz que a tecnologia adotada nos equipamentos da empresa consegue identificar “qualquer dedo, pode estar sujo, molhado, ressecado ou desgastado. Isso aumenta a segurança e a comodidade para os usuários”, confirma Phil Scarfo.
As novas tendências digitais para o futuro
A tendência para o próximo ano é de que a identificação digital vai se expandir por inúmeros segmentos. O diretor de tecnologia do TRE de Goiás diz que outros órgãos governamentais vão adotar o mesmo sistema, principalmente tomando como base a implantação do Registro Civil de identificação. Para onde houver relação entre empresas e clientes, o executivo da Lumidigm diz que há cinco tendências muito fortes em biometria para o próximo ano:
Caixas eletrônicos integrados ao comércio
Facilidade em supermercados, shopping centers, hotéis, postos de gasolina, condomínios comerciais, grandes lojas e empresas e até para serviços
Uso industrial e comercial da biometria
Controle de pessoas e processos, gerenciando o acesso a determinados ambientes, a máquinas pesadas, gestão de frotas e segurança
Aplicativos para o seu smartphones
Facilitar a rotina do cliente, que não vai precisar mais memorizar senhas de seis dígitos na hora de autenticar transações financeiras
Biometria nos transportes
Ao invés de carregar os bilhetes de integração metrô/ônibus, por exemplo, haverá um cadastramento biométrico em que a pessoa poderá apenas aproximar seu dedo do leitor biométrico para ser devidamente identificada ao acessar o transporte em questão (ponto de ônibus ou estação de metrô)
BYOD – Bring your own device
Levar dispositivos móveis para o ambiente de trabalho e os utilizar em tarefas corporativas.
Fonte: http://dm.com.br/texto/82092-biometria-reinara-a-partir-de-2013
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