O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela encara
nesta terça-feira seu terceiro dia de hospitalização em estado crítico
pela recaída de uma infecção pulmonar, enquanto o país está na espera
por notícias sobre sua saúde e teme um desfecho fatal.
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O estado do antigo estadista, que completa 95 anos no próximo dia 18
de julho, passou de "grave" para "crítico" no domingo passado, anunciou
então o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.
Após uma segunda-feira sem novidades sobre a saúde de Mandela, os
sul-africanos voltam hoje suas expectativas sobre aquele que é
considerado por muitos como o "pai da nação".
O ex-advogado e amigo íntimo de Mandela, George Bizos, revelou hoje
que no sábado passado não foi visitar o ex-presidente depois que Graça
Machel - a esposa de Mandela - lhe comunicou que sua situação não era
boa.
"Ela me disse que ele não estava muito bem, e eu aceitei", declarou
Bizos ao jornal sul-africano "The Star". "Ninguém é imortal. Devemos
deixá-lo viver tanto quanto for possível", acrescentou o letrado e
ativista de direitos humanos de origem grega.
A presença e a atividade dos jornalistas em frente ao hospital de
Pretória diminuíram nesta manhã, após uma noite agitada na qual muitos
repórteres transmitiram informações ao vivo da região, segundo a agência
de notícias local "Sapa".
No hospital continuam chegando todos os dias flores e mensagens de
apoio ao herói sul-africano. "Você vai se recuperar logo Papai Mandela.
Sou pequeno e ainda necessito ver você. Desejo melhoras. Tino", diz a
mensagem de uma criança em um dos cartões.
As filhas de Mandela e sua ex-mulher, Winnie Madikizela-Mandela,
também compareceram ao centro médico ontem. Graça Machel, sua atual
esposa, não se separou praticamente de Mandela desde a sua internação no
último dia 8 de junho.
Desde dezembro, Mandela foi hospitalizado em quatro ocasiões. Madiba -
como Mandela é conhecido em seu país - sofre de forma recorrente com
problemas respiratórios desde que passou 27 anos nas prisões do regime
racista do "apartheid".
Eleito em 1994 o primeiro presidente negro da África do Sul, sua
liderança evitou um enfrentamento racial e garantiu a paz entre todos os
grupos depois de mais de quatro décadas de racismo institucionalizado
imposto pela minoria branca. EFE
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