Conheça os vórtices aquáticos: os buracos negros do oceano
Por Lívia Aguiar
Grandes redemoinhos de água que absorvem tudo que passa em volta
deles: os vórtices oceânicos são matematicamente iguais aos buracos
negros do universo (aos quais nada escapa, nem a luz). Eles
são responsáveis por bolsões de águas quentes durante invernos europeus e
águas frias na costa brasileira de tempos em tempos, pois carregam uma
“gota d’água gigante” de uma área do oceano Atlântico para uma outra
parte dele. Vórtices são formados por pedaços de água que, por
alguma razão desconhecida, se desprendem e saem girando
independentemente pelo oceano, ignorando as correntes maritmas e tocando o terror por onde passam,
sugando tudo que flutua (exceto a própria água). Eles podem durar até
dois anos, ainda que a maioria se dissipe em alguns meses.
Cientistas do Swiss Federal Institute Of Technology e da University of Miami
analisaram os vórtices oceânicos por satélite para tentar descobrir um
padrão de comportamento e uma forma de prever por onde, quando e como
eles passarão. Os estudiosos descobriram, então, que identificá-los é
como tentar encontrar um buraco negro no espaço: é preciso seus “limites
geográficos”. Veja como eles se comportam no vídeo abaixo:
Os redemoinhos gigantes também funcionam como “taxis aquáticos”,
porque dentro deles a água é bastante estável. Microorganismos
conseguem se proliferar bastante nesse ambiente e viajam de um lado para
outro no oceano, assim como óleo, lixo e mesmo água com temperatura e
concentrações de sais que podem diferir da água do lado de fora do
vórtice. Ao identificar suas “fronteiras”, é possível acompanha-los por
satélite, tentar entender suas rotas e, quem sabe, prever com mais
precisão o espalhamento de vazamentos de óleo no oceano, o transporte de
águas quentes para o norte ou a presença de cardumes de atum, por
exemplo.
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