‘Rolezeiros’ se filiam a entidade ligada ao PC do B
A
polêmica em torno dos “rolezinhos” de jovens da periferia em shoppings
de São Paulo começa a ganhar contornos partidários. Três dos principais
organizadores dos encontros combinados pela internet se filiaram nesta
quarta-feira, 29, à União da Juventude Socialista (UJS), entidade que
representa a juventude do PCdoB e dirige a União Nacional dos Estudantes
(UNE).
A ponte entre os jovens e a
organização, que foi fundada em 1984 pelo então líder estudantil Aldo
Rebelo, atual ministro dos Esportes, foi feita pelo secretário de
Igualdade Racial da prefeitura paulistana, Netinho de Paula, que integra
o partido. Ele foi escalado pelo prefeito Fernando Haddad (PT) para
negociar um acordo entre os “rolezeiros” e os comerciantes que reclamam
do movimento.
A filiação do trio aconteceu durante o
seminário nacional de formação política da UJS. Também participaram do
evento os ex-ministros Luiz Dulci e Orlando Silva, e Renato Rabelo,
presidente nacional do PCdoB.
“A nossa aproximação com eles reforça nossa atuação na periferia”, afirmou Camila Lima, presidente da UJS paulistana.
Apesar
do entusiasmo da UJS, o principal líder dos “rolezeiros” demonstra não
ter entendido muito bem a proposta do grupo ao qual se filiou. “Eu não
sabia que era um grupo político. Eles disseram que a UJS é um grupo de
amigos e que ela não tem nada a ver com partido. Se tiver, eu vou me
afastar”, disse ao 'Estado' o estudante Vinicius Andrade, de 17 anos,
morador do Capão Redondo, zona sul de São Paulo.
Com quase
cem mil seguidores no Facebook, ele afirma que os polêmicos encontros
não têm o objetivo de fazer uma denúncia social. “Nosso objetivo é
curtir, tirar umas fotos e dar uns beijos. Não queremos saber de
política. A gente não queria essa polêmica toda”, disse Vinicius.
O
estudante admite, porém, que pode “dar uma força” para Netinho de Paula
em sua campanha para deputado. O secretário, reeleito vereador e
candidato ao Senado em 2010, é a principal aposta do PCdoB na disputa
por uma vaga na Câmara. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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