Astrônomos anunciam descoberta de evidências que reforçam a teoria do Big Bang
A teoria do Big Bang diz que o Universo surgiu há
13,8 bilhões de anos a partir da flutuação quântica de energia e
densidade. Assim, com um crescimento exponencial, veio a inflação
cósmica, fenômeno produzido por uma densidade de energia negativa do
vácuo. Antes disso,
tudo era muito quente e nem os átomos conseguiam se formar. Portanto, o
Universo provavelmente passou por um processo de resfriamento. Hoje,
graças a observações e análises de dados obtidos por um telescópio
especial instalado no Polo Sul, o BICEP2, isso tudo agora é mais do
que apenas uma hipótese.
Pesquisadores americanos do Centro de Astrofísica
Harvard-Smithsonian acreditam ter descoberto a primeira evidência direta
do processo de inflação cósmica. Os dados obtidos também representam as
primeiras imagens de ondas gravitacionais já registradas. De acordo com
os cientistas, é possível ver nas medições, através do telescópio, as
marcas dessas ondas geradas pela inflação na radiação cósmica de fundo.
Isso é um marco para a astronomia porque nos permite “ver” o que
aconteceu nas primeiras frações de segundos logo após o Big Bang.
A equipe conseguiu detectar ondas gravitacionais em forma
de “giro”, que foram geradas no Universo primordial milhares de anos
antes do aparecimento do primeiro buraco negro.
Elas são vistas como a radiação cósmica polarizada. Esta radiação tem
as mesmas propriedades da luz e entre essas propriedades, há uma
polarização, essa tal espécie de “giro” em uma direção qualquer.
“Este trabalho oferece novos insights sobre algumas de
nossas perguntas mais básicas sobre a humanidade: Por que nós existimos?
Como o universo começou? Estes resultados não são apenas uma arma
fumegante para a inflação, eles também nos dizem quando a inflação
ocorreu e quão poderoso o processo foi ” diz Avi Loeb, Físico teórico da
Universidade de Harvard.
Einstein já dizia
A descoberta também é importante porque parece oferecer provas que
conectam duas das maiores teorias da física moderna. A Teoria da
Relatividade de Albert Einstein aponta que tempo-espaço são relativos e
estão profundamente entrelaçados. Mas ela também menciona a existência
das ondas gravitacionais, que seriam deformações no tecido do
tempo-espaço criadas pelo movimento de um objeto qualquer que tenha
massa no Universo. Porém, elas são minúsculas e imaginava-se que só
poderiam ser detectadas por objetos se movimentando com velocidades
muito grandes. Mesmo assim, os cientistas americanos afirmam que
conseguiram captar as ondas. “Os dados confirmam uma profunda conexão
entre a mecânica quântica e a relatividade geral”, diz John Kovac,
líder do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian.
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