Dezenas de cadáveres não identificados são descobertos em uma vala no Texas
Pelos menos 52 corpos não identificados foram encontrados por uma equipe de arqueólogos na cidade de Falfurrias, no estado americano do Texas. Localizada a cerca de uma hora de carro da fronteira com o México, a região é conhecida pelo alto movimento de imigrantes. Muitos acabam morrendo de desidratação e várias doenças ao tentarem atravessar a fronteira em condições adversas, numa paisagem coberta por cactos e onde a água é escassa. No ano passado, a equipe descobriu os restos de 110 pessoas também no cemitério Sacred Heart Burial Park.
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Os corpos, de acordo com o "Washington Post", foram encontrados em sacos de lixo, de compras ou até sem proteção. Ossos de três corpos foram misturados dentro de um saco. Em outro, pelo menos cinco corpos foram empilhados um em cima do outro. Entre os caixões, crânios foram selados em sacos patogênicos.
A descoberta causou indignação
das autoridades e da opinião pública, destacou o jornal "El País". O
condado de Brooks iniciou uma investigação e está discutindo como
responder às críticas de vários parlamentares, que classificaram como
"inaceitável" e "sem precedentes" a quantidade de cadáveres e as
condições em que foram sepultados.
A antropólogo Krista Latham, da Universidade de Indianópolis, e Lori
Baker, da Universidade de Baylor, lideraram uma equipe que exumou os
corpos este mês como parte de um projeto que tem o objetivo de
identificar os mortos. O número de cadáveres recuperados nos últimos
anos levou ativistas de direitos civis a pressionarem as autoridades do
condado para fazer exames de DNA para identificar as vítimas.
Benny Martínez, porta-voz da polícia do condado de Brooks, onde fica
Falfurrias, confirmou ao "El País" que representantes da entidade e do
governo local se reuniram em Austin, nesta terça-feira, para determinar
que tipo de medidas devem adotar neste caso. "Precisamos saber
exatamente quem esteve envolvido no enterro desses corpos e investigar o
ocorrido. Até lá não poderemos especular sobre o que aconteceu",
afirmou.
A imprensa local fez menção à agência funerária Angel
Howard-Williams, a quem a polícia encarrega de cuidar dos corpos que
ninguém reclama. Mas até o momento seu possível envolvimento no caso
ainda não está claro.
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