O ILUSIONISTA E O DONO DA FÁBRICA DE ILUSÕES


Por Marina Cervini e Juvêncio Marins 
Entre as ribeiras de arroz, socadas pela ventania e açodadas pela água límpida trazida pelo rio amarelo, sentado à margem e observado pelos inúmeros discípulos, dizia o velho sábio chinês Lao-Tsé: 'o inteligente reconhece outro inteligente'. A crônica de hoje é para fazer você refletir e verificar se está ou não tendo posições inteligentes, que lhe tragam bem-estar, prosperidade, companhias e lucros afetivos, pessoais, profissionais e. lógico, financeiros.

A arte do ilusionismo tem como centro a ideia de que se pode fazer ver tudo o que é desimportante para o objetivo final. Tudo, menos o essencial. Naquela fração de segundo, no momento de desatenção ou deslumbramento, o ilusionista realiza o ato que é central. 

Deixa-se tudo à mostra (será mesmo?).

Na verdade, mostra-se qualquer coisa que impressione, que faça os olhos brilharem, enquanto o que realmente é importante passa batido. Mas, ainda que não a vejamos, a ação está lá. Encoberta pela ilusão, pela roupa do mágico, pelas luzes, a pouca roupa da assistente de palco, pelos sons ou quaisquer outros meios usados para iludir, mas ela – a ação – está lá.

O homem inteligente é um excelente ilusionista social, mas nem sempre o é por intenção própria, muitas vezes se sente compelido a isto, e quase sempre o verdadeiro inteligente permanece sob a cortina, como um ente trabalhando por trás da cena. Este segundo agente, o inteligente, tenta fazer do show, da pirotecnia e da ilusão algo lucrativo sob todos os aspectos, sejam eles aspectos sociais, pessoais, familiares e profissionais. Esta segunda força não pode ser confundida com a primeira (aquele que está no palco aparentemente divertindo a plateia - divertindo e distraindo) e os dois – o ilusionista e o indivíduo por trás da cena – têm interesses e objetivos diferentes. Ou melhor traduzido: diferentes daqueles que estão como espectadores.




Esses espectadores estão, durante o ato, com os olhos vidrados nas ações do ilusionista, que, para eles, é o perito, sem perceberem a existência do verdadeiro perito, aquele que está na espreita, sob as luzes da ignorância e do despreparo dos que não o percebem, dos que não sabem que ele é quem alinha os gestos, as ações e os resultados do ilusionista do palco. Até porque, em caso de este alinhamento não existir, tudo não passará de um enorme erro, algo que fugiria do plano racional e originalmente traçado.
Nesse ponto, antes do lance final que arrancará efusivos aplausos da claque tresloucada, eis a pergunta que faço a você que lê esta crônica: compreendeu que o ilusionista e o dono da fábrica de ilusões são a mesma pessoa? Ainda não? Não percebeu? Então, olhe em volta e note que as pessoas bem sucedidas raramente estão no centro de confusões. As pessoas exitosas são sempre bem quistas, queridas, são seres apaixonantes, que todos desejam conhecer, cortejar e servir espontaneamente.
Isso é hipnose? Não e sim. Não, porque somente o inteligente reconhece o talento de quem é inteligente. Somente o inteligente se aproxima dos inteligentes; somente o inteligente mantém no seu campo gravitacional outros inteligentes, para com eles crescer, e, por óbvio, aumentar suas possibilidades de êxito. Sim,por seu turno, porque nasce daí um magnetismo que entusiasma os em volta do inteligente, que dele não se afastam nem a fórceps, ainda que lhes arranquem os braços.  Sim, porque todos admiram a inteligência, mais ainda quando esta inteligência atinge objetivos. Eis os resultados sob os olhos vidrados, encantados, enfeitiçados. 



Quem organiza o palco, faz o roteiro e simplifica cada ação, dando a ela sentido, planejamento e objetivo é o ilusionista, o dono da fábrica de ilusões, que não deve ter nenhum pudor em se associar com outros inteligentes se isto gerar resultados positivos e benéficos. Não são os atos do ilusionista (aqueles envoltos pelo som, pela luz e pelas roupas das ajudantes de palco) que demonstram o que é ser inteligente ou o que significa “inteligência”. O inteligente é o que elabora planos para obter o resultado, que quase sempre somente será notado pelo espectador, após este delirar com o show posto ante suas vistas, seus ouvidos e narinas. 
Tudo se resume na boa e velha inteligência, que independe de ser ou não letrado. A inteligência que mantém vívida em todos os demais os dois grandes pilares da sociedade refletidos na dicotomia do ter e do ser, ter isso ou aquilo, ou não ter isso ou aquilo, de ser isso ou aquilo, ou não ser isso ou aquilo. O objetivo do inteligente é fazer com que a claque o aplauda sem que a mesma perceba como ele fez para ser aplaudido. O nome disso: segredo. A finalidade disso: o sucesso.
Até aqui, este texto usou as técnicas do ilusionismo. Falou de tudo o que parece importante, sem falar do essencial: como ser o ilusionista e ao mesmo tempo o dono da fábrica de ilusões escondido atrás das cortinas?
Não importa se a ilusão é feita em palcos, em telas ou na vida real, o que deve se ter em mente é que o ser humano é fruto de sua realidade material, ainda que tal realidade seja criada por outros. É simples. E ele, o ser humano, logo se acostuma, passando a acreditar que aquela realidade criada pelo ilusionista corresponde a sua. Isso funciona e está em seu redor (em volta de você que lê esse texto) todo o tempo. Você é levado a comprar coisas sem nem saber as razões; é condicionado a sorrir ou a chorar sem nem poder se conter; é submetido a crer naquilo que o dono da fábrica lhe apresentar como real, na melhor acepção de Michel Foucault, filósofo, historiador das ideias, filólogo, crítico literário, professor e teórico social. 
Agora se sente pronto? Será ilusionista, o dono da fábrica de ilusões, ou permanecerá como mero espectador da própria vida? 
Lembre-se do brocardo chinês, dito entre o arrozal, e reconheça você também os inteligentes em sua volta.
Será seu primeiro grande passo.
*Juvêncio Marins, cujo pseudônimo é J. Marins, além de cofundador do Movimento Libertologia (MovLiber) é escritor, professor, jornalista, sociólogo e juiz federal.
Esta crônica faz parte da obra CIÊNCIA DA LIBERDADE de autoria de J. Marins e compõe o MÉTODO LIVREMENTE, treinamento com dinâmicas e curso promovido pelo autor e o Movimento Libertologia.
Saiba mais em www.movliber.org  

Comentários

  1. "I just threw with (Houston Texans quarterback) Deshaun Watson the week before, but being that he's not a free agent, most people aren't going to make a big deal about that. Perhaps they are the things that help us survive and stay sane through the hard times.Dilcy Windham Hilley, the daughter of the late and great Kathryn Tucker Windham, the tale telling savant and ghost story laureate of Alabama, told me she doesn't know how her mom would have reacted to these "strange uncomfortable times," but she would have found a way to laugh, and to be grateful for those kindnesses."As she grew old and surrendered driving, people took to bringing her 'gifts' of all sorts to lift her spirits," Hilley said.

    Snyder revealed that while they always intended to show Diana's past and she was always going to work Coach Outlet Clearance with soldiers to Cheap Yeezy Shoes Sale save humanity, but it wasn't always set during WWI. "We known about a lot of these guys for years and talked about them for years, but they were further down in the system,'' Steinbrenner said outside the Yankees' clubhouse as jackhammers rushed to complete the massive construction project throughout the ballpark named for his father.

    On Tuesday, India decided to relax MK Outlet the complete ban placed on Cheap Nike Air Force 1 its export Yeezy Shoes For Sale on drugs. "It just keeps stacking on top of itself. Several experimental vaccines were tested in animals, but only one went to a phase one human clinical trial.Kyriakis Jordan Shoes For Sale is one Air Force 1 In Store of several Auburn veterinary medicine faculty doing work related to the current pandemic. New Air Jordan Shoes.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas